A exposição Virada Russa está em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil no centro do Rio de Janeiro até o dia 23 de Agosto, oportunidade imperdível para conhecer de perto as obras dos grandes artistas plásticos russos do início do século XX. Na verdade, a exposição faz um corte temporal até 1930. O acervo veio do Museu Hermitage, localizado no centro de São Petersburgo e que duela com o Museu do Louvre, em Paris, a condição de possuir o maior acervo artístico do planeta. Entre os artistas que compôem a exposição estão Kandinsky, Maliévitch, Chagall, Filonov, Maliávin, Rodchenko, Tátlin, Goncharova, entre outros.
Quando da minha visita pela capital fluminense tive a oportunidade de passar uma boa parte de uma tarde a apreciar as pinturas que ao total somam 123 peças. Tem um quadro muito expressivo de Maliávin que não consigo encontrar pra postar pra vocês: uma mulher com o rosto muito vivo, as maçãs coradas na face, parecia saltar da tela, tamanha a vida naquele painel. Não entendo muito de pintura, sou leigo por completo, mas admiro aquilo que parece belo ao meu gosto, naturalmente. Outro quadro que você é capaz de ficar horas encntrando detalhes é o "Guerra com a Alemanha" de Filonov, um mosaico de pedaços de corpos entricheirados, uma cor forte, marrom escuro, arte denuciando o massacre. O queridinho da coleção é o promenade de Chagall, que deixo ao lado pra vocês, mas que confesso, não foi o que mais me impressionou. Gosto dos quadros que retratam o dia a dia do camponês, o cotidiano popular.
O problema é quando este cotidiano é invadido pela política comunista. No final da exposição, vem a parte da arte-panfletária, com dizeres nacionalistas e exaltação dos trabalhadores. Para mim, por mais que os artistas fossem criativos e talentosos, é a parte menos interessante. Ainda bem que a Rússia se livrou dessa lavagem cerebral que é o comunismo, a pior desgraça já inventada pelo homem. Infelizmente, enquanto o mundo estorva esses celerados, nosso país parece dar espaço para essa corja de assassinos e estupradores das individualidades. Chega! Não quero falar dessa gente. Voltemos ao tema das pinturas para que eu possa terminar essa postagem. Sou tão leigo do assunto que não me alardeio a taxar tal quadro como impressionista ou expressionista, pois cometeria mais uma gafe, entre as tantas que cometo nessa minha vida de pitaqueiro virtual. Quem tiver a oportunidade de visitar essa exposição que está entrando nos seus últimos momentos, se apresse, vale a pena mergulhar no universo de outra cultura. Quem acompanha meu blog sabe do apreço que tenho pela cultura russa (não-soviética, embora nesse período tenhamos grandes artistas que ultrapassam a obrigação política) e de outros povos ao redor do mundo. Para mim, conhecer outro povo é se conhecer também, estabelecer limites e ampliar fronteiras. Aliás, o endereço do blog é céu sem fronteiras, pois nesse reino da utopia que se coloca acima das disputas entre Zéfiro e Euros, há um reino a ser descoberto onde a harmonia e o respeito sejam ontológicos. Ah, e isso não tem nada a ver com comunismo!
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