Eu tinha planejado estudar o dia todo hoje. Aliás, o plano ainda não foi abandonado. Se escrevo aqui é para me livrar de um pequeno fantasma que me aparece entre as páginas do livro de Joseph Frank. Um fantasma com rosto de anjo e que fez um grande reboliço neste coração velho. Talvez eu deva contar um pouquinho desta íntima história.
No dia 12 de abril de 1961, o cosmonauta russo, Yuri Gagárin, numa pequena lata de ferro, com uma janelinha de observação, pôs seus miúdos olhos na janela e se espantou com a figura de nossa grande mãe vista de longe. Ele viu o sulco dos rios cortando a terra, as fazendas e montanhas, e disse, poeticamente: "A Terra é azul". No dia 12 de abril de 2011, cinquenta anos após Gagárin, eu saía de uma palestra na faculdade de economia e business, INEKA, e conheci uma das moças da platéia, K. C., e sem saber muito o que conversar diante dos seus olhos azuis, perguntei, como um tolo, se ela estava feliz com o cinquentenário da ida do cosmonauta russo à órbita. E a Terra passou a ser azul pra mim também.
Hoje, ela me mandou uma foto no jardim, em pleno verão do hemisfério norte. E lá se
foi meu plano de estudar o dia todo... Como prometido, vou deixar o quarto disco dos cinco que marcaram a viagem: Damon and Naomi: The Earth is Blue (2005). Coincidência, ou não, era nosso álbum favorito. Não me permito falar muito mais, em respeito ao inefável e à esperança. Destaco as canções "second life" e a versão linda de "Araçá Azul" de Caetano Veloso. Após dividir essa angústia distante com vocês, vou tentar voltar aos livros, mergulhar no sonho outra vez, assim a nave vai...Damon and Naomi - The Earth is Blue (2005): http://www20.zippyshare.com/v/32159177/file.htm
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